quinta-feira, 16 de junho de 2011

Lembrou-se no Brasil bruxa insolente - Arcadismo

Lembrou-se no Brasil bruxa insolente
De armar ao pobre mundo estranha peta;
Procura um mono, que infernal careta
Lhe faz de longe, e lhe arranha o dente.
 
Pilhando-o por mercê do Averno ardente,
Conserva-lhe as feições na face preta;
Corta-lhe a cauda, veste-o de roupeta,
E os guinchos lhe converte em voz de gente.
 
Deixa-lhe os calos, deixa-lhe a catinga;
Eis entre os Lusos o animal sem rabo
Prole se aclama da rainha Ginga;
 
Dos versistas se diz modelo e cabo;
A sua alta ciência é a mandinga,
O seu benigno Apolo é o Diabo.
 
 Bocage

Nenhum comentário:

Postar um comentário